DEUS É FIEL

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

PÃO DIÁRIO- SALMOS 19:01-04A

1 - Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
2 - Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.
3 - Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz.
4 - A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo.

Salmos 19:01-04a

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Regue Seus Sonhos Com Cuidado


   "Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Gálatas" 6:7


Quando morei em Cuiabá/MT, uma das cidades mais calorentas do Brasil, aprendi que a forma como regamos nosso presente vai impactar decisivamente nossa colheita no futuro. Veja como foi:

Eu gostava de tomar café “fora”, ou seja, na área interna de casa, onde havia um pequeno espaço de terra murada, e era onde nossos pequenos companheiros peludos viviam, brincavam, chafurdavam, etc., ou seja, era um território compartilhado, harmonicamente – quase sempre -, entre eles e nós. Era lá que eu tomava meu café da manhã e da tarde, olhando para além dos muros altos e casas de vizinhos. Era lá também que cultivávamos algumas plantas: goiaba, acerola, pinha, entre outras.

Então, um dia, joguei sementes de mamão num canteiro. E, delas, nasceram alguns pés de mamão. Escolhi o que me pareceu mais viável e promissor e comecei a regá-lo. Alguém havia me dito que a borra do café era um bom adubo, então, todo santo dia eu pegava a borra do café e gentilmente depositava aos pés daquela plantinha verde. Durante alguns meses fiz isso. Ela cresceu, debutou por assim dizer: desabrochou, se é que você me entende. Foi com esperança e ansiedade que vi aqueles pequenos frutos tomarem forma e crescerem, dia após dia, semana após semana, diante de meus olhos.

Então, finalmente, chegou o dia em que pude colher um mamão. Colhi-o com o maior carinho, como quem estivesse embalando um bebê, e deixei-o em um local descansando e amadurecendo. Um ou dois dias depois, quando ele já deveria estar maduro, cortei-o delicadamente e coloquei um pequeno pedaço na boca para saboreá-lo. Para minha surpresa (ou não!), aquele pequeno pedaço de mamão tinha um sabor totalmente diferente de qualquer outro que eu já havia provado: era um mamão, com certeza, eu o vi nascer, digo brotar e crescer, mas seu fruto tinha um estranho gosto de… café!

Sim, foi isso mesmo que você leu: adubei café no mamão e colhi mamão de café! Não ria, ou melhor, pode rir, não foi com você.

Mas, diante disso, aprendi que temos que ter muito cuidado ao regar e adubar nossos sonhos e projetos. E é isso que quero compartilhar com você, caro leitor, para evitar que você, um dia, quem sabe, não precise comer mamão “cafeinado”. (risos)


1. Nem tudo o que nos recomendam é útil e verdadeiro

Quando me disseram que borra de café era um bom adubo, a pessoa que disse provavelmente ouviu isso de outra, que ouviu de outra, de outra… até chegar a alguém que, de fato, fez uso e aprovou a técnica. Mas, só porque algo serviu, um dia, a alguém, não quer dizer que a mesma coisa vai servir para nós, em circunstâncias e condições diferentes.

Cada um tem sua vida, vive da sua maneira, e escolhe caminhos a trilhar que vão fazer parte de sua história. As experiências do outros podem nos ser muito úteis, sim, concordo, mas se corretamente interpretadas, adaptadas e contextualizadas. E, geralmente, permita-me lembrar-lhe, são as experiências desagradáveis e escolhas erradas dos outros que mais nos ensinam, muito mais do que os seus supostos acertos.

Ao ouvir um conselho de alguém, procure dar mais atenção àqueles que dizem “não faça isso, porque fulano fez e se deu mal” do que os “faça assim, porque beltrano fez e se deu bem“. Você deve entender que as pessoas são diferentes, e as experiências seguem a mesma tendência: só porque eu passei em um concurso público e gosto de jiló não quer dizer que você vai comer jiló até passar em um [concurso], não é mesmo?

2. Não devemos alimentar nossos projetos com aquilo que rejeitamos

Ao adubar aquele pé de mamão, eu pensava que estava fazendo um grande negócio. Quem sabe, talvez exista um nicho de pessoas que gostem ou gostariam de provar “mamão com café”, mas duvido que eu ganharia dinheiro com isso. Devemos ter em mente que, para alimentarmos bem nossos sonhos, precisamos adubá-los com qualidade e quantidade corretas para que eles cresçam de forma saudável e produtiva.

Lembro-me de uma história parecida, onde um pé de abóbora nasceu num monte de lixo. Cresceu que foi uma beleza, estendendo-se por vários metros quadrados, com folhas enormes e bonitas, mas que… não produziu fruto algum. Se você quer que seus sonhos e projetos se tornem realidade, e não pesadelos e decepções, vigie bem que tipo de fertilizante está utilizando para adubá-los.

3. Não basta regar um dia, temos que regar mesmo depois de colhermos os frutos

Disso posso falar bem. Após estudar de forma quase ininterrupta por 2 anos, até chegar onde queria, onde estou agora, a vontade que tinha era sair, viajar, descansar, passear. Puxa vida, finalmente havia chegado minha hora! Eu poderia tirar um tempo para mim mesmo (família, lazer, etc.) e colocar os livros de lado, poderia voltar à vida, enfim!

E foi isso que procurei fazer, desde então. Todavia, descobri que é preciso ocupar aquele lugar preenchido pelos livros, apostilas e provas com alguma outra coisa produtiva, senão você acaba surtando. Depois de um tempo, desafiando seus limites, e rompendo as barreiras, o gosto pela aventura e pela superação não pode simplesmente ser sufocado. É preciso achar algo de bom para fazer, ou continuar fazendo aquilo de bom que você fazia antes de dar um tempo e investir em seus sonhos.

Confesso: perdi algumas oportunidades, desperdicei algumas chances por estar ainda vivendo a ilusão do “agora é a hora de colher, de usufruir”. Se somos seres vivos, parar de crescer significa iniciar o processo de morrer. E você vai morrer justo agora que conseguiu aquilo por que tanto lutou? Acorda, rapaz! Acorda pra vida, sacode essa poeira e saia desse marasmo, a vida é muito mais do que isso e tem muita coisa boa a ser vivida. Experimente!

4. Nunca se esqueça que existe um tempo entre começar a regar e começar a colher

Sim, isso está implícito em tudo o que fazemos, mas muita gente se esquece e acaba se decepcionando, parando no meio do caminho. Minha primeira experiência em concursos, na segunda fase de minha curta existência, até então, foi traumática, justamente porque eu estava negligenciando essa verdade.

Após 10 anos sem regar meus estudos, resolvi, de uma hora para outra, parar com tudo e investir, mais uma vez, no sonho de ser aprovado em um concurso público. Comecei a regar esse sonho em janeiro de 2005, e já queria colher os frutos em março de 2005. Resultado? Não estavam maduros o suficiente. Foi uma frustração, uma decepção que me perseguiu durante todo o restante daquele ano. Falei um pouco disso aqui.

Mas, em dezembro, caí na real. Em janeiro de 2006, voltei a regar, de novo, meu sonho. Dessa vez, a colheita vingou: em março de 2006 colhi meu primeiro e pequeno fruto. A animação foi tão grande ao descobrir que meus esforços não eram em vão que comecei a fazer jorrar água à vontade em minha pequena plantação. E olha, não é pra me gabar não, mas “choveu na minha horta”, viu! Colecionei mais 5 frutos desse esforço, sendo que hoje ainda saboreio o maior e melhor deles.

Conclusão

Não se deixe abater, seja porque você não soube regar seus sonhos, seja porque regou-os com água poluída ou, quem sabe, porque desistiu de regá-los porque a colheita estava demorando. É assim mesmo, demora. Mas, continue regando, mas regue bem, regue com boa água, regue sempre porque, um dia, você vai colher.

Hoje, eu já não me esforço mais para vencer meus limites confrontando bancas examinadoras, isso já não me seduz mais, mesmo porque já provei para mim mesmo e para quem quisesse saber que venci. Hoje, elegi como desafio coisas maiores: ser um esposo melhor, ser um profissional melhor e ser um blogueiro-escritor melhor. Desses, confesso, só estou conseguindo, até agora melhorar como escritor. Não chega a ser muita coisa, também, porque eu não escrevia nem lista de compras pro supermercado, então toda evolução é visível… risos

Mas, tenho me esforçado para trazer textos relevantes, textos inspiradores e significativos para vocês. Nem sempre tenho conseguido, reconheço, mas, mesmo assim, continuo regando esse sonho de um dia, quem sabe, ajudá-lo a seguir em frente até chegar o dia da sua colheita. As coisas estão difíceis para você? E que tal fazer desse limão uma limonada?

Restaurando Àrvores



Ao escrever a meditação intitulada "Frutos do Amor”, fiz citações Bíblicas sobre as árvores boas e as más seguindo a parábola de Jesus descrita em Mateus 7: 17-20. Meu esposo, ao ler o artigo, fez um comentário que considerei prudente :"Wilma, você finaliza perguntando que tipo de árvore nós somos, mas esqueceu de dizer que árvores más podem se tornar boas (e vice versa)”. Acatei o conselho do Franklin e para completar a parábola das árvores preparei um pequeno estudo.

“Bendito o homem que confia no Senhor e cuja confiança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga nem deixa de dar fruto” Jr. 17:8.

As árvores boas, que dão frutos em todas as estações são os filhos de Deus, lavados e remidos no sangue do Cordeiro. Homens que perseveram na fé e não perdem o alvo da salvação em tempos de “abundância ou sequidão”. Estão constantemente estendendo as raízes em “direção ao ribeiro”.

O homem nasce árvore má, longe do Ribeiro. Sem Ribeiro, não há raízes profundas não há beleza nem vida. È assim a vida do homem sem salvação, sem Deus no coração. É como uma terra seca que não sustenta pomares.

Desde o principio da criação Deus plantou árvores junto a ribeiros: “E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços” Gn 2:10. Homens precisam “beber do Ribeiro” para se manterem vivos e frutíferos. Não existe renovo de galhos, folhas, profundidade de raízes se não existir água. Cristo o Ribeiro, nós as árvores.

Árvores boas precisam de podas, cuidados para não se tornarem fracas e inúteis. É por essa razão que especialistas recomendam alguns cuidados para manter árvores saudáveis:

  • “Não basta a poda para revigorar e equilibrar árvores envelhecidas, esgotadas e desequilibradas”. Nestes casos, devem empregar-se adubos e, em certos casos, fazer regas.
  • Os ramos mal inseridos, deformados, velhos, empastados, sobrepostos e os ladrões, devem em muitos casos ser suprimidos ou atarracados.
  • A intensidade da poda será função da tendência própria da espécie e da variedade.
  • “As árvores bem podadas podem resistir melhor a certas doenças, por a sua copa ficar mais bem arejada e iluminada.”

Conclusão:

Árvores más podem se tornar boas ao serem replantadas junto ao Ribeiro que é Cristo. São os homens destinados à morte eterna que escolhem nascer de novo confessando Jesus como Senhor e Salvador. As raízes se estendem para o Ribeiro e o que era morto revive: “Deus nos gera novamente para uma viva esperança em Cristo Jesus” I Pedro 1:3.

As árvores boas, são os filhos do Reino descritos no inicio do estudo, precisam de “podas, adubos e chuvas”. A árvore não faz força para se manter saudável, o agricultor se encarrega de podar, arar, adubar e regar. Também não faz força para aprofundar as raízes, ela segue o caminho das águas, vai buscá-la. Deus é uma espécie de agricultor que nos transforma na medida em que nos entregamos a Ele. Através de Sua graça Redentora Ele permanece cuidando de nós por todos os dias até o dia em que de árvore terrena, passemos à árvore celestial: “

Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” Fp 1:6.

Virei a Ti Na Primavera - É sobre Fé



" Fé é contemplar a seca de sombrinha na mão acreditando na chuva"



“Haveria  coisa alguma difícil ao Senhor? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida e Sara terá um filho” Gn18:14 Falaremos de passagem, de um novo tempo, em que os invisíveis desejos de nosso coração foram regados pela fé e Deus, em Seu poder e Glória marca dia e hora para cumpri-los. No versículo chave de nosso estudo ( Gn. 18:4)  Deus fala a Sara e Abraão que tornará a visitá-los “por este tempo”, e que tempo era aquele? Era páscoa: Começo da primavera. Sendo assim, o que Deus prometeu foi: “ Tornarei a ti na primavera” Gn.  18:14. Algumas traduções trazerem claramente a palavra “primavera” nessa parte das escrituras.


Muito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera.  A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra "páscoa" – do hebreu "peschad", em grego "paskha" e latim "pache" – significa "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou vernal), que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.

Os gregos, supersticiosamente comemoravam a chegada da primavera reverenciando a deusa Ostera que segurava um ovo em uma das mãos enquanto observava um coelho, símbolo de fertilidade, pular alegremente em redor de seu pés desnudos.


Para judeus e cristãos a “pache”, passagem, ou Páscoa ganha novo significado. Deus destrona os falsos deuses do Egito demonstrando ter domínio sob toda a natureza: vegetal, animal e humana. Nesse cenário, como última e definitiva estratégia de libertação dos israelitas, Jeová orienta Moisés a marcar a residência dos israelitas com sangue de Cordeiro. O sangue era sinal de vida, libertação. Assim na noite em que há morte e pranto nas tendas dos Egípcios, há alegria, renascimento e libertação para os judeus. Ostera, deusa pagã é reduzida a pó. O novo tempo, não seria mais uma comemoração a sua divindade, mas ao Único e Verdadeiro Deus.

É necessário fazermos esse “passeio” na história para compreendermos bem o que Deus disse para Sara e Abraão: “Tornarei a ti no ano vindouro, na primavera e Sara terá um filho”


Sonhos Regados Pela Fé

Digamos que o casal de velhinhos (Sara e Abraão), estavam como a moça da imagem que ilustra o artigo: Vivendo na seca segurando um guarda chuva. A fé os sustentava, alimentava. Para Sara, a menopausa já havia chegado, como poderia ainda ter filhos? Uma árvore seca, de mortas raízes, daria frutos porventura?  Pensando naturalmente não. Impossível !

“Porquanto procede da fé o ser herdeiro, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a descendência, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós. (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.” Rm. 5:16,17

Somente pela fé viveria Abraão. Sem ela sua vida não faria sentido. Ele dormia e acordava instigado pela visão de Isaac correndo para abraçá-lo. Cada criança que se apresentava a sua frente, ele via Isaac, seu herdeiro. Somente pela fé, o casal viveria um novo tempo que recriaria o relacionamento em graça e vigor.

Essa fé, presente em Abraão está disponível para nós através de Cristo Jesus. Você pode dizer: Não consigo ter essa fé, nem todos podem tê-la, somente os que Deus escolheu para tê-la. E firmada na Palavra de Deus, repito o que está escrito nos Evangelhos:

“Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivesses fé como um grão de mostarda direis a esta amoreira : Desarraiga-te daqui e planta-te no mar; e ela te obedeceria.  Lc 17:5.

Essa fé Bíblica, não vem de um esforço natural do homem, de sua mente, de outra sorte, não seria fé. Ela vem de um relacionamento sincero com Deus, do buscá-Lo e compreender Sua vontade. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” Rm 10:17

Abraão ouviu a promessa e acreditou, e por que acreditou? Pela fé somente. Ele conseguiu ver o que ainda não era concreto. Deus falou e tudo se formou na íntimo de Abraão: Sim Senhor creio que me darás um herdeiro, na primavera, consigo ver o riso de meu filho, a cor de seus cabelos, seus olhos a fitar-me. Obrigada Deus!

Davi em um de seus Salmos afirma que através da Palavra de Deus ele é sustentado de forma a não perecer diante das aflições: “ Se a tua lei não fora toda a minha recreação, há muito que pereceria na minha aflição” Sl 119:42.

Essa fé que nos torna herdeiros do Reino é regada pela Palavra: Quanto mais A conhecemos  mais fé temos. Não falo de um conhecimento histórico, cientifico, literário, mas de um conhecimento instituído pelo amor: Creio porque amo Deus e amo a Deus porque O conheço. Conhecer plenamente é impossível porque Deus não pode ser apreendido em Sua totalidade pela mente humana, mas conheço o que Ele me revela e o que Ele me revela é o Suficiente para me sustentar.

Sendo assim, te convido a crer como Abraão e a viver como Davi. Te convido a amar O que te ama de tal forma que o amor que se faça em ti seja maior do que toda impossibilidade e aflição.


A Recompensa para os que amam


As folhas caíram devagar uma por uma, até que os galhos se tornaram nus e o chão coberto de folhas.  As  “ lágrimas” das árvores adubaram o solo que fez reviver a raiz, e as folhas e os frutos. Era primavera...




“ E o Senhor visitou a Sara como lhe tinha dito; e fez o Senhor a Sara como tinha prometido. E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus  lhe tinha falado. E Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque” Gn 21:1-3. Eis a passagem, a páscoa de Sara e Abraão, o novo tempo.

Que a Primavera se faça em Vós

Existe uma ordem natural no mundo feita por Deus: “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão” Gn.  8:22 . Essas estações também ocorrem em nossas vidas, graças a Deus por isso! A noite pode representar a dor, o sofrimento, mas é nesse período que repousamos e renovamos nossas forças para viver o dia. É em meio a aflição que exercitamos nossa fé, aprendemos a crer no invisível, no que as trevas fazem questão de tentar ofuscar.

Se estamos firmados em Deus e temos fé Nele, viveremos Primaveras. Um tempo em que toda lágrima serviu de adubo, toda sequidão virá convertida em folhas e frutos. Deus não mudou. Ele chama a mim e a você para ouvi-Lo, para crer que Ele pode, que nos ama eternamente e quer nos conceder Isaac's. Nunca desista de crer. Não desanime, porque “Deus virá a ti na Primavera”, marcando a passagem e renovando-lhe a vida em graça e realizações.

Deus vos abençoe.

Água para Casamento





“ Disse Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima”  João 2:7


Jesus havia percorrido cerca de 12 quilometras, de Nazaré a Caná da Galileia, para participar de uma festa de casamento. Uma grande festa, a julgar pela quantidade de convidados. E a melhor coisa que poderia ter acontecido ao casal de noivos naquele dia festivo, seria a presença de Jesus na cerimônia.

Bem, depois disso viria a lua de mel, mais feliz e tranquila, depois do milagre realizado por Jesus naquela ocasião: transformar água em vinho.  É que em meio a festa, o vinho acaba. E esta era a bebida principal para acompanhar as refeições servidas. Se os convidados descobrissem não haver mais vinho, certamente dariam um até logo para os noivos e iriam para suas casas, quem sabe comentando sobre a falta de organização e escassez de recursos da família.

Pela descrição do milagre, constado apenas no Evangelho de João, além dos noivos, somente  Maria e os empregados da cozinha ficaram sabendo sobre não ter mais vinho. Nem mesmo o mestre sala, responsável por coordenar o servir dos convidados parece ter se dado conta do problema.  Significa que a provisão de Jesus chegou no momento oportuno, tão eficazmente que não prejudicou o andamento do evento.

As talhas na casa dos noivos


 “E estavam ali postas seis talhas de pedra, para a purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. “ João 2:6



Talhas eram bacias de pedra usadas para purificação externa dos judeus: lavar mãos e pés. Ficava na entrada da casa para facilitar o uso. Esse hábito representava além de higiene, hospitalidade. “Almude” era uma unidade de medida para líquidos, especialmente vinhos. O valor de um almude variava de região para região, mas geralmente era entre 16 a 25 litros. Se cada talha tinha capacidade para dois ou três almudes,  as seis talhas em Caná, somavam cerca de 450  litros de água disponível para o ritual de limpeza dos convidados.

Voltemos nossa atenção para essas talhas. Quando o vinho acaba, Jesus pede aos empregados para encher todas elas. Não se sabe se estavam vazias devido o manuseio dos convidados, ou se estavam cheias de água suja e Jesus renova a água para posteriormente transformá-la em vinho. O Evangelho diz claramente que Jesus pediu para encher as talhas totalmente (João 2:7), usando toda a capacidade dos recipientes. As talhas são deslocadas para um lugar  reservado, distante da vista dos convidados e Jesus  realiza o milagre de transformação.


Um novo significado

As talhas representam a vida de cada um. Os rituais: as tradições, esforços  para se tornar alguém melhor e mais feliz. O mestre sala , seria o tempo. Aquele que nos oferta oportunidades de provar coisas novas, ou quem sabe tornar as novas em antigas e fazer da vida rotina.  Essa rotina que aparenta ir tudo bem, mas na verdade, precisa ser transformada. Consideremos que o milagre foi realizado em uma festa de casamento e quantos casamentos não estão semelhantes a essa cerimônia em Caná na Galileia? As talhas estão impuras, com água impróprias, rotas e inúteis. O vinho, a alegria,  ficou no passado, no começo do relacionamento ou não se sabe ao certo onde. O mestre sala (rotina)  acomodou tudo em costumes, e a festa” prossegue, apesar da infelicidade, por força justo: da rotina.

Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que haviam tirado a água) chamou o noivo para elogiar a qualidade do vinho: Todos costumam por primeiro o vinho bom e depois de haverem se saciado, então vem o vinho inferir. Mas tu guardaste o bom vinho até agora” João 2:9.

O Sr. rotina  julga acontecer as mesmas coisas velhas em festas novas. E não há nada de errado em conservar uma rotina, desde que ela traga felicidade a quem vive e quem a vive, agrade a Deus. Mas há rotinas que provocam tristeza, "falta de vinho".

Mas Jesus volta o olhar para as talhas e a partir delas realiza o milagre. Foi preciso derramar a água velha e despejar uma nova para que viesse o bom vinho. Água impura equivale a relacionamento também impuro: infidelidade, imoralidades, lascívia, ausência do Espírito Santo. Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula (puro, limpo, honesto, sem pecados). (Heb.13:4). Os empregados daquela festa em Caná, obedeceram a tudo quanto Jesus disse , colaborando assim para a realização do milagre. Essa comunhão é necessária em nossas vidas. É preciso que haja harmonia e paz dentro dos lares, cooperação para solucionar problemas.

Ao saber que o vinho havia acabado, Jesus não procurou culpados, não passou sermão no mestre sala e empregados, mas providenciou resolver da melhor maneira, na medida do impossível. Essa lição fica para nós. Menos acusação e mais cooperação, diálogo, amor e serviço. Menos de nós e mais de Jesus.

A sequência do Evangelho

Existe toda uma ligação entre os capítulos seguintes ao das Bodas em Caná. Depois de narrar o milagre da água transformada em vinho, simbolizando nova vida, João narra ' A purificação do Templo em Jerusalém, O novo nascimento, a Soberania de Deus e é incrível isso aqui: “Jesus retorna a Galileia e pelo caminho encontra a mulher samaritana e lhe fala sobre a água da Vida”. Vejam que harmonia sensacional entre o primeiro milagre de Jesus e os demais capítulos!

“Jesus vai novamente a Galileia e encontra uma samaritana assentada junto ao poço de Jacó” (joão 4:3 a 6)

E qual era o problema daquele mulher? Lascívia, sensualidade, adultério. Um leito totalmente comprometido pelo pecado, cinco maridos e um romance em andamento com um homem casado. A beira do poço, ao meio dia, para se esconder dos olhares e dos murmurinhos das pessoas, sua fama não era nada boa. Ela era instável, infeliz, porque havia um vazio de Deus em seu interior. Vem  Jesus e lhe  diz: “Se beber da água que eu te der, nunca mais terás sede” (João 4:14). O sentido era: É preciso nascer de novo, se deixar purificar pela ação do Espirito Santo e comunhão com Jesus para alcançar estabilidade e felicidade. Era preciso “limpar as talhas”, tal qual em Caná da Galileia.

Quem sabe a samaritana entrava e saia de relacionamentos na esperança de encontrar no outro, o que faltava em si mesma. Jesus ensina que ela precisaria mudar, a mudança tinha que começar por ela. Isso acontece conosco. Nos unimos a alguém na esperança de que o outro nos faça feliz, mas a Bíblia diz que em um relacionamento conjugal, os dois formam uma só carne (Marcos 10:8) e assim como se quer ser feliz, se deve procurar fazer o outro também feliz. 

E essa é a mensagem para os casais: Água para nosso relacionamento. Purificação das talhas. Vigiar para que os dias não sejam regados por rotinas e costumes, mas por amor verdadeiro que se torna mais forte e firme com o passar dos tempos, tal qual o vinho das bodas de Caná, na Galileia.

O Conflito Entre Fé e Obras


"Pai, onde está o cordeiro para o holocausto? Meu filho, Deus proverá"Gn 22:7-8

O que é fé? Pessoas, de várias religiões, responderiam de maneira diferente à indagação. Para o budista, a fé estaria no esforço, para alcançar o Nirvana, na obediência a doutrina das boas ações e da harmonia nos caminhos da vida. Para o Hindu, fé, pode representar, um ritual de purificação no Rio Ganges. Para um católico romano, a fé, poderia ser representada na visitação ao santuário de Aparecida. O que leva as pessoas a buscar o transcendente? Uma resposta, satisfatória, poderia ser encontrada, no desejo contínuo que o homem tem de encontrar satisfação pessoal. A felicidade, estaria condicionada a esta busca.

Aonde começa a fé? No exterior, ou no interior do ser? Posso afirmar que um ritual de recitação de mantra, me desperta a fé? Ou é a minha fé que me faz crer na recitação? O assunto, pode parecer complexo, e é. Porque, costumamos confundir fé, com tradição, com sacrifícios, rituais. Alguém diria. Sim, a fé é tudo isto, porque sem fé, não pratico o que acredito. O problema, é que a pratica, nem sempre, está ligada a fé, mas a um ato de repetição. A condicionalidade de uma cultura, em que me insiro. A cultura, me influencia, eu, por sua vez, sou influenciado por ela.

Religião, cultura, tradição, estão ligados ao transcendente. Não significa, que estejam ligados a fé. Um monge budista, pode recitar mantras horas seguidas, até chegar a um estágio de não consciência. Mente e corpo, se transformaram, através do exercício transcendental. Agiu por fé? Eu diria que não. Agiu por religião. Em obediência as doutrinas. Um ato, que se repete, e me impele a superar meus limites. Aqui está, a chave: A fé, não se revela na capacidade humana. Mas, na incapacidade. Não está ligada a sacrifícios, mas ao invisível. Não é a minha condição humana que condiciona minha fé, ela, não pode se limitar ao campo natural. Mas, é a minha fé, que me faz viver, acima da minha natureza humana.

"Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Tg 2:14

Conta a tradição, que Martinho Lutero, teria rasgado este trecho das Escrituras. Um sacrilégio que acredito, não ter sido cometido. Ele, que pregava a salvação através da fé, agora se deparava com "fé e obras". Seria uma contradição? Não! De maneira alguma! Lutero não teria lutado com tanta veemencia, se acreditasse apenas na fé, sem obras. Ele, que combateu as obras do clero católico Romano. As indulgências, as irregularidades do "cristianismo" da época. Se ele, combateu as falsas doutrinas, é porque, acreditava que a fé, genuína, pura, em Cristo Jesus, deveria conduzir às boas obras. Daí, a Reforma.

A fé, é a priori ( vem antes, primeiro), das obras. O apóstolo Paulo, em carta aos Gálatas, recitou: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mais Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim" Gl 2:20. Paulo, tinha uma priori que o conduzia a pratica das boas obras: "A fé em Cristo Jesus". Lutero, teve uma priori, que o conduziu a contestar: "A fé em Cristo Jesus". Qual está sendo a nossa "priori"? As obras, de todo e qualquer homem, podem significar muito ou nada para Deus, vai depender do motivo primeiro, da motivação do coração. Estas obras, podem conduzir a salvação, ou a condenação.

"Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" Ef 2:8

O que significa este versículo? Que, nenhum homem é capaz de salvar a si mesmo. Nenhuma obra humana, conduz a salvação. E aqui, a justificação do que disse anteriormente: "A fé revela a incapacidade humana". Esta é a fé verdadeira. Ela me diz que sou insuficiente. Que dependo unicamente de Deus. Que n'Ele, por Ele e através D'Ele serei salva. E que, quando for salva, irei praticar as obras da salvação. Porque minha motivação será verdadeira. Assim como aconteceu com Abraão, Issac, Jacó e com todos os crentes, em Cristo Jesus.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem" Hb 11:1

Os que vivem pela fé, apalpam o invisível, como se este, fosse visível. Na alegria e na tristeza. A fé, verdadeira, produz a convicção da salvação. Creio que há um Deus, uma Vida Eterna e uma vida abundante aqui na terra. Nunca vi a Deus, nem a Eternidade, e muitas coisas me faltam, porém, creio, me alegro, prossigo e vivo, abundantemente. Eis aqui, o mistério, entre fé e obras.

Na Bíblia, encontramos o relato de Cornélio (Atos 10). Ele era um homem muito caridoso:"fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus" At 10:2. Suas obras, eram boas, certamente, porém, não foram suficientes para conduzi-lo a salvação. Deus, se agradava de Cornélio, ele tinha fé mas precisou reconhecer sua insuficiência. Foi salvo, quando se curvou diante de Deus, confessando o Senhorio de Cristo. Ele e toda sua casa. Cornélio, passaria a viver pela fé, no Filho de Deus.

Que Deus, em sua eterna sabedoria, ilumine nosso espírito, para que possamos, compreender a relação entre "fé e obras", na salvação humana. Que nossas obras, sejam a concretização da vontade Divina, em nossas vidas, e que nós, quanto limitados, cumpramos com alegria e temor o desígnio Eterno para a nossa geração. Amém.

O Campo do Oleiro e as Trinta Moedas de Prata






"Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros. Por isso foi chamado aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de Sangue. Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram,E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou."  Mateus 27:3-10


As trinta moedas 

Era o valor estimado por um escravo Êx 21:32. Profeta Zacarias havia previsto com precisão a negociação de Judas, 520 anos antes de acontecer:

Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do Senhor Zacarias 11:12-13

Quem comprou o campo: judas ou anciãos e sacerdotes judeus? 



Há uma polêmica envolvendo esse tema, tudo porque no livro de Atos 1: 15-19, Pedro relata que "Judas adquiriu um campo com o salário da iniquidade Aceldama, isto é,, campo de sangue". Encontraremos muitas referências relacionando "campo de sangue" com Judas e sua morte.

Campos no Original Grego: 

palavra grega usada para descrever campo em Mateus 27 é "agros" =campo. No grego, o campo citado por Pedro em Atos é "chorion" = propriedade particular. A propriedade particular de Judas, pode ter sido comprada com dinheiro roubado, ele era tesoureiro e desonesto. O lugar ficou conhecido como "campo de sangue" por ter sido o local de seu suicídio:

"Ora, ele adquiriu um campo com o salário da sua iniquidade; e precipitando-se, caiu prostrado e arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. E tornou-se isto conhecido de todos os habitantes de Jerusalém; de maneira que na própria língua deles esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue". 

Portanto, o campo adquirido por Judas, não é o mesmo descrito por Mateus.

Judas arrependido? 



Existem dois tipos de arrependimento: Um para vida eterna e outro passageiro, que não produz salvação, mas: remorso, amargura. A infelicidade de Judas foi provocada por sua rebeldia em relação a Deus, seu amor ao dinheiro:

  • Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males I Tm 6:10
  • Deram-me mal pelo bem e ódio pelo seu amor. Põe acima de meu inimigo um impio, e Satanás esteja à sua direita. Sl 109:5-6 (sobre a traição de Judas)
  • Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. 2 Coríntios 7:10

Jeremias ou Zacarias? 

Mateus diz que a profecia da venda de Jesus por trinta moedas, pertence a Jeremias. Não são poucos os estudiosos da Bíblia que afirmam está incorreta a citação: a profecia pertence a Zacarias e ponto final!

Não vejo, portanto contradição alguma em citar Jeremias e Zacarias como autores da profecia. Mateus apenas omite Zacarias, o que não quer dizer que tenha se enganado ou trocado o nome do profeta. Nos capítulos 18 e 19 do livro de Jeremias, encontramos clara referência a compra do "campo de Oleiro":

"Assim diz o Senhor: Vai e compra uma botija de oleiro, e leva contigo os anciãos do povo e os anciãos dos sacerdotes. E sai ao vale do filho de Hinom, que está à entrada da porta do Sol, e apregoa ali as palavras que eu te disser" Jr 19:1,2.

O "campo de sangue" adquirido pelos judeus, tem a mesma localização do citado por Jeremias : "Encontra-se em um nível terraço estreito na face sul do vale de Hinom. Seu nome moderno é Hak ed-damm ou Akeldamách

O vale de Hinom era um lugar de sacrifícios pagãos, crianças eram queimadas vivas no vale em oferenda a Maloque. Também chamado de "Tofete" ou "lugar alto" Jr 7:31

Akeldamách 

A terra nesse lugar é rica em barro e antigamente o lugar era preferido dos oleiros para ajuntar a matéria prima de suas peças. A argila da região tem uma coloração forte vermelha. O campo foi utilizado como cemitério para não judeus. Muito barro foi retirado de Akeldamách por Helena de Constantinopla e  proeminentes cristãos tanto para construção de casas como de sepulcros.

Atualmente no campo, existe um enorme sepulcro e um monastério, no centro uma larga coluna e um terraço que em seu lado sul fica o vale de Hinom (conforme descrito por Jeremias).

Simbologia de Akeldamách ou "Campo do Oleiro" 



Alguma vez você já se perguntou por que as trinta moedas de prata conquistadas de forma inescrupulosa por Judas Iscariotes e ofertada no templo, compraram o "campo do oleiro"? 

Encontrei aqui uma mensagem fabulosa !! É claro que Jesus valia muito mais, infinita e eternamente mais que as trinta moedas! Seu sangue pagou uma dívida que nem todas as moedas do mundo seriam suficientes para pagar! Com Sua vida, Jesus pagou nossos pecados, nossa morte. Ele nos devolveu a liberdade e a vida eterna, aleluia!!

Vi no "campo de Oleiro" uma bela analogia: O dinheiro pago por um escravo iria resgatar muitos estrangeiros, torná-los novos, moldados, vasos nas mãos do Oleiro, chamado Jesus.

O campo, repleto de barro, serviria para sepultamento dos gentios, mas os gentios, não seriam mortos, sim restaurados como barro nas mãos do Oleiro. O campo de sangue, recebe esse nome, pela cor vermelha da terra e por representar a morte e derramamento de sangue de Jesus. Qual dos lugares pode receber o sangue de Jesus e não ser transformado por Ele?

O sangue de Jesus esteve nas portas das tendas dos israelitas quando da instituição da primeira Páscoa. Esteve representado na porta da meretriz Raabe (em um cordão vermelho) esteve em Akeldamách para salvação dos gentios!

Nenhum detalhe que envolveu a morte e ressurreição de Cristo foi vão. Da dor da morte e da alegria da ressurreição, a minha e a sua salvação. O "campo do Oleiro" também teve sua mensagem restauradora.

O Bálsamo de Gileade


Gileade, uma região pedregosa, de território montanhoso, ao oriente do Jordão. Um terreno acidentado, rico em florestas, pastagens e goma aromática. A capital meridional de Gileade, ainda hoje existe com o nome de Mukmah. Ao norte, havia o lugar Jabes Gileade que hoje se chama Wadi Yabir. Atualmente, Gileade, compreende a parte Noroeste do Reino da Jordânia. A cidade, era ocupada pelas tribos de Gade, Rúben e meia tribo de Manassés (Dt 34.1 - Js 22.9 - Jz 20.1). A palavra Gileade, no hebraico ( Gil'ad), significa região montanhosa.

"Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está em frente a Jericó e o Senhor mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã:" Dt 34:1

O Bálsamo: As caravanas, concorriam a Gileade. Ricos comerciantes e enviados de reis e rainhas. Pessoas comuns, em busca do milagroso bálsamo, de poderes medicinais. A mercadoria, não era barata, com sacrifício, podiam adquiri-la. As mulheres, principalmente do Egito, cobiçavam o precioso liquído que perfumava a pele e os cabelos. O bálsamo, de Gileade, era especiaria de luxo, presente valioso.

"Depois, assentaram-se a comer pão; levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que vinha uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-lo ao Egito" Gn 37:25.

Planta cistus creticus: Este, é o nome cientifico, da planta que é associada ao bálsamo de Gileade. Ela é comum na região oriente do Jordão. As folhagens, são muito perfumadas e algumas espécies, exalam goma ou resina. Esta planta, é idêntica ao laden árabe. Daí, os nomes, em inglês e em latim Ladanum. Um oléo essencial, da cor de ouro, com cheiro penetrante de âmbar cinzento. Muito utilizado em incensos e embalsamentos desde a antiguidade. Atualmente, é valioso ingrediente de perfumaria, usado em incensos, principalmente nas igrejas orientais.


Cistus Creticus

A Apostasia em Israel e o Bálsamo de Gileade

" Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?" Jr 8:22

A região de Gileade, enriquecia. Dinheiro e caras mercadorias circulando. Um rico comércio. O povo, contudo, empobrecia espiritualmente. Utilizavam o bálsamo de Gilede para fabricar incenso, ofertavam-no em rituais pagãos. A nação, não buscava Deus. Preferia dar ouvidos aos falsos profetas que anunciavam paz, quando o tempo era de guerra. Se prostavam diante dos deuses esculpidos que emudecidos, consentiam com o pecado.

Israel, rejeitava a correção. Não buscava cura, porque não se reconhecia doente. Deus, estava perto da nação. Ela, distante de Deus: " Eis a voz do clamor da filha do meu povo de terra mui remota; não está O senhor em Sião? Não está nela o seu Rei? Por que me provocam a ira com suas imagens de escultura, com vaidades estranhas? Jr 8:19. Jeremias, usa então, uma metáfora, apontando para Gileade, seu bálsamo, seus médicos. Israel, precisava ir a Gileade. Ela iria?

O bálsamo, é a alma da planta. É vida. A planta sofre para minar o precioso líquido. Algumas vezes, é raspada, quebrada e até morta. Ela se doa, para que outros tenham vida. Foi assim com Cristo Jesus. Em muitos estudos, Ele é considerado O Bálsamo de Gileade. Entregou sua vida, derramou seu sangue, em favor de muitos. Através d'Ele, temos a cura, do corpo e do espírito. Is 53:4,5.

Havia cura para Israel. Mesmo tendo sido tão rebelde. Sempre haverá cura para os que se voltam a Gileade. A salvação, estava bem ali. Na própria nação. Os Egípcios (que ironia), recorriam a Gileade. Chegavam a pagar o dobro do preço pela mercadoria. Israel, contudo, mesmo doente, desperdiçava o produto em vãs oferendas. A nação relutou em buscar a verdadeira cura. Até que chegou a fome, a peste, a guerra, morte e cativeiro. Para muitos, já não haveria cura. Escolheram assim. Não perceberam a riqueza de Gileade.

A Bíblia nos diz que em Cristo Jesus, "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da riqueza" (Colossenses 2:3). Se estão escondidos, temos que procurá-los. Encontrá-los. Assim, seremos participantes dessa herança. Gileade, ficava em um terreno montanhoso, pedregoso, exigia esforço. Também sacrifício. Apenas com muito trabalho se conseguia pagar o valor cobrado pelo precioso liquido. Jesus, o Bálsamo de Gileade, já pagou o preço por nós. Temos apenas que reconhecê-Lo, segui-Lo. Então, seremos salvos.

Por que não ser Gileade? Por que não se doar para que outros tenham vida? As montanhas, de Gileade, abrigaram muitos exércitos Israelenses. Ali, se refugiaram Davi, Saul e o exército de Gideão. Apenas os valentes: "Quem for medroso e tímido, volte e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram" Jz 7:3.

Gileade, é lugar de valentes. De pessoas dispostas a vencerem. Pessoas que não se conformam com o mal. Que querem a cura da alma, do espírito. Por que não ser Gileade? A mulher, que ungiu Jesus em Betânia, foi Gileade. Ela derramou unguento, de grande valor, sobre o Mestre. Estava profetizando Sua morte, mas também sua ressureição. Era uma preparação para o túmulo, que ficaria vazio. Judas reclamou: " Quem ela pensa que é para agir assim? Deveria vender esse bálsamo e distribuir o dinheiro com os pobres"(Mateus 26:9). Mas Jesus, a elogiou. Ele se agrada dos que querem ser Gileade.

"Sobe a Gileade, e toma bálsamo, ó filha do Egito:debalde multiplicas remédios, pois, já não há cura para ti" Jr 46:11.

Os muitos remédios, que os Israelitas usavam, não foram capazes de promover cura. Porque não estavam buscando no lugar correto. Que a indagação do profeta Jeremias, soe para nós, como uma cobrança: "Por acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médicos?". Corramos para esse bálsamo. Sejamos também, como aquela mulher, elogiada por Jesus. Tenhamos sempre bálsamo conosco para ungir vidas a caminho da eternidade.